quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Os Estilos dos Anos 80, New Romantic...


O que viria a ser o New Romantic? Podemos dizer que, antes de ser apenas um estilo que remete ao início dos 80, foi uma tendência artística que aliou múltiplas facetas culturais, tomando elementos do cinema clássico e, sobretudo, visuais e temáticos do ultra-romantismo inglês. Originário da divisão do New Wave – este do fim da década de setenta, em Gothic Rock (Dark Wave) e movimentos Pós-punk, os New Romantics surgiram como um “contra-ataque” aos seus “irmãos”: indo de encontro ao melancolismo de um e ao niilismo anárquico do outro, o movimento, essencialmente inglês, trazia consigo uma sonoridade mais leve, pop, distanciada da crítica social, e a priorização do aspecto visual, caracterizado pelo dandismo, exuberância, romantismo, glamour, androginia e exotismo.
Tendo como influências o visual e a sonoridade glam de David Bowie (remetendo principalmente aos álbuns Station to Station, Low e, notadamente, o single “Fashion” - 1980), Krafwerk (a partir do álbum Autobahn até Man Machine), bem como figuras como Bryan Ferry (Roxy Music) e Boy George, vários posers reuniam-se em clubes como o Rum Runner (um dos mais célebres por ter lançado a banda de maior sucesso do movimento – Duran Duran) e o Blitz, todas as sextas e sábados em mangas bufantes e com makes elaboradíssimos. Baseando-se em looks cinematográficos das décadas de 40 e 50, bem como em peças de vestuários usadas por piratas e corsários, estilistas como Vivienne Westwood (a qual elaborou diversos modelos para Adam Ant), Colin Swift, Stevie Stewart e David Holah foram os grandes responsáveis pela repercussão do estilo. A elegância é a marca registrada dos New Romantics.

É importante salientar que, dentro do movimento, podemos observar certa pluralidade de tendências, envolvendo algumas diferenças sutis como o uso ou não do apelo andrógino. Essa heterogeneidade pode ser entrevista na opinião de Nick Rhodes, tecladista do Duran Duran, a respeito do Spandau Ballet: "We're not trying to move away from that scene, the main chunk of our audience in Birmingham is those people, but we're not tied to it as Spandau obviously are. When people come and see us we'd much rather that they dance and have a good time rather than dress up in the clothes and just look, which a lot of them do."

Basicamente, podemos dizer que os artistas do período ficavam entre duas sub-tendências: uma, mais formal e “bem-comportada”, representada por grupos como o Spandau Ballet, possui com uma sonoridade mais melódica, tradicional e uma maior contenção no visual e na maquiagem; já a outra, mais visualmente “trangressora”, alcançava limites extraordinários em matéria de ostentação, compondo visuais quase surreais, tendo como maior expoente, acredito eu, o Visage, na figura de Steve Strange.

O movimento entrou em declínio em meados de 1984. Entretanto, seu estilo reverberarou por diversas tendências de moda durante todo o restante da década, como podemos ver no visual que caracteriza o comercial abaixo, da revista alemã Bravo, de fevereiro de 1987. Outro exemplo da influência do estilo é a presença de traços do mesmo no modelo do vestido utilizado no casamento da Princesa Diana.

Atualmente, com o revival dos anos 80 na moda mundial, podemos ver o retorno do visual nas principais coleções outono-inverno do ano de 2008 e 9.

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